terça-feira, 29 de junho de 2010

Remendada a estrada do Choupal

A estrada que liga o Choupal ao Centro Hípico foi remendada. Os buracos foram tapados com tout-venant. A iniciativa, que foi assumida pela Câmara Municipal de Coimbra, não resolve verdadeiramente o problema.

O INAG não acha prioritária a intervenção naquela estrada. Na Câmara, coloca-se a hipótese da transferênca da tutela da estrada para a esfera municipal, permitindo, assim, o lançamento de um concurso para um tapete betuminoso.
A novela continua...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Choupal: Protestos contra o estado da estrada

A estrada do Choupal até ao Centro Hípico de Coimbra está num mau estado e vai-se degradando cada vez mais, sem se verificar qualquer reparação, mesmo após as diligências efectuadas por utilizadores daquela via.
Com o intuito de divulgar informação actualizada e juntar pessoas em torno da recuperação daquela estrada, foi criado um grupo no Facebook denominado “Arranjem a estrada do Choupal”.
Os membros da comissão que gere o Centro Hípico, agricultores, presidentes de juntas de freguesia e utilizadores da via decidiram invadir Coimbra, dia 4 de Julho, para mostrar o seu desagrado por nada ter sido feito até agora.

sábado, 19 de junho de 2010

Águas contra Águas

Águas de Coimbra poderá processar Águas do Mondego
Empresa multimunicipal será responsável pelas 16 rupturas que provocaram a confusão e a falha de água em vários pontos da cidade
A Águas de Coimbra (AC) responsabiliza e pondera processar a Águas do Mondego (AM) pelo caos que, desde quinta-feira, se instalou em alguns pontos da cidade, causado pelo rebentamento de várias condutas que provocaram várias horas de falhas no abastecimento de água a casas de habitação e estabelecimentos comerciais de Coimbra.
Ontem à tarde já só o Terreiro da Erva estava sem água, encontrando-se os técnicos a reparar a última ruptura, naquela zona. No entanto, de acordo com Marcelo Nuno, ao todo, e em poucos dias, foram 16 as rupturas de água na cidade, o que se ficou a dever, segundo o responsável, ao facto de a AM ter colocado em funcionamento «um novo reservatório [instalado na Boavista]» que era suposto entrar em funcionamento ao mesmo tempo que uma conduta, cuja obra não está concluída.
«O reservatório está construído a uma quota mais elevada e, logo, a água sai com mais pressão», explicou, ao DC, o presidente do Conselho de Administração da AC. Uma vez que não estava em funcionamento a tal nova conduta, a água passou a circular na infra-estrutura da AC para a distribuição que «além de velha, não estava preparada para tanta pressão» e rebentou em vários pontos, adiantou Marcelo Nuno. O responsável reuniu-se ontem à tarde «de emergência» com técnicos e elementos do Conselho de Administração da AM, ficando a saber que a obra da tal nova conduta, com ligação à Quinta Nova, está parada porque «coincide com a passagem do Metro Mondego, estando, portanto, à espera de uma definição daquela empresa».
De qualquer forma, a AC exigiu «a reparação rápida do problema», o que acabou por acontecer até ao final do dia de ontem, tendo ficado estipulado que o procedimento, da responsabilidade da AM, se faria em três fases, de modo a que a Águas do Mondego pudesse «colocar uma válvula que reduz a pressão e os caudais» provenientes do novo reservatório, passando a monitorizar todo o sistema. Solução que será «posta em prática» este fim-de-semana.
AM não dá explicações
Outra das conclusões da reunião de ontem foi a de que a AM se terá de responsabilizar «e assumir todos os custos associados às rupturas, reparação e perdas de água» inerentes a este episódio. «E isto até ao último metro cúbico», garantiu Marcelo Nuno, adiantando que a Águas de Coimbra está já «a estudar com juristas se cabe ou não outro tipo de responsabilidades à Águas do Mondego», nomeadamente, «se confere à Águas de Coimbra pedir uma indemnização».
Sem querer colocar em causa a mais-valia do reservatório da AM que foi accionado, «que permite reduzir custos, à Águas do Mondego, mas também à Águas de Coimbra», Marcelo Nuno garantiu que a empresa municipal não tem qualquer responsabilidade no que aconteceu nos últimos dias. «Não temos culpa que não tenham conduta, que não foi feita porque o metro se atrasou», afirmou o responsável, recordando que, «num ano houve três rupturas nas condutas da AC e, em poucos dias, 16».
O Diário de Coimbra tentou obter esclarecimentos junto da administração da Águas do Mondego, mas a assessora de Imprensa daquela empresa multimunicipal apenas confirmou a realização, durante a tarde de ontem, de uma reunião «entre técnicos da Águas de Coimbra e da Águas do Mondego para discutir essa problemática», tendo as partes chegado «a um acordo operacional, dividido em três fases». De resto, no que respeita a responsabilidades, adiantaram não ter «nada a declarar».

In Diário de Coimbra

Bruno Gonçalves escreve para crianças

Bruno Kalon Gonçalves, mediador intercultural, escreve livro para crianças

Chico. O ciganinho que não sabia a gesta do povo Rom. “Conhece-me antes de me odiares”, diz o título. A história da criança e da sua curiosidade é contada a todas as outras crianças por Bruno Gonçalves, um cigano, como Chico, que nunca escondeu a sua imensa sede de aprender. E, agora, de ajudar a aprender.
Bruno tem 34 anos. Nasceu em Coimbra, filho de vendedores ambulantes. O pai, analfabeto, sempre o empurrou para a escola. Não foi além do 8.º ano, porém. Culpa da submersão na “geração solitária”, admite. Hoje, arrependido, já fez o 9.º e prepara-se para concorrer à universidade, via ad-hoc.
Há uma década que Bruno é uma espécie de vanguarda da afirmação Rom, em Coimbra. A partir do defunto Futebol Clube Ciganos de Coimbra, fundou e foi o primeiro presidente da Associação Cigana. Na altura, era mediador na escola primária do Ingote – onde 90 por cento dos alunos eram ciganos, a maior percentagem em toda a Península Ibérica.
Desde então, escreve, regularmente. Palavras que “anseiam por mostrar aos quatro ventos que ser cigano é sonhar. Sonhar em ter um mundo melhor onde a diferença é uma pedra preciosa que se lapida todos os dias”.
Bruno é um tipo afável, culto e acima de tudo prestável. Depois da Associação Cigana, voltou à mediação intercultural, no Porto e na Pampilhosa. Hoje, é um dos 16 mediadores municipais, em todo o país.
Há uma década, Bruno escrevia à mão, em cadernos que nem sempre guardou. Depois, familiarizou-se com os computadores e, hoje, tecla as suas histórias enquanto se desdobra em múltiplas intervenções, em todas as redes sociais – no Facebook, dinamiza a página “Portugueses ciganos e seus amigos” e não se perde do seu espaço pessoal, em Bruno Kalon Gonçalves.
A história do ciganinho Chico há-de chegar às livrarias. Oxalá tenha apoios. Para já, espera que ACIDI (Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural) e outras instituições se cheguem à frente.
Bruno não aspira mais do que a uma edição de autor. Modesta, mas que realce as “lindíssimas” ilustrações do seu amigo figueirense Tiago Moleano Gomes. E, sobretudo, que leve a toda a parte a história do povo cigano e que valorize a idiossincrasia da sua cultura. Porque, como diz o ancião da história, é na escola, com todas as diferenças, que enriquecemos esta sociedade.

in Diário as Beiras

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Água: pressão aumenta e tubagem não aguenta

Três roturas, num só dia. Duas na baixa (ruas da Sofia e Simões de Castro) e uma em Santa Clara, próximo do Portugal dos Pequenitos. O transtorno, sobretudo nesta última, foi imenso, tendo-se registado mesmo algumas inundações.
Em causa estão as mudanças em curso, no sistema de abastecimento de água à cidade. A empresa Águas de Coimbra (AC) reforçou as equipas de reparação, mas admite que situações destas podem repetir-se. Segundo fonte da empresa municipal, o problema começou com a entrada em funcionamento de um novo reservatório, na Boavista, gerido pela Águas do Mondego. Ora, este megatanque está a uma cota mais elevada, pelo que a pressão da água, introduzida na rede da cidade, aumentou, nos últimos dias. O resultado é que, onde as tubagens são mais frágeis, surgem roturas.
Esta situação está a obrigar a AC a repensar a calendarização do grande projecto de remodelação geral da rede, que está a ser implementado por fases. É que a substituição das condutas das áreas mais baixas do concelho – como as que romperam ontem – só está contemplada na quinta fase, prevista para entrar em concurso em Março de 2011, mas que pode vir a ser antecipada.
Para já, contudo, é a quarta fase que avança. O concurso público, lançado pela AC, foi publicado em DR, esta semana. Ao todo, vão ser 4.790 metros de condutas de distribuição que serão remodeladas por abertura de vala, enquanto 13 quilómetros de condutas serão substituídas sem ter que abrir valas (pipe-bursting). Além das condutas, a adjudicação vai contemplar ainda a remodelação de ramais de água, assim como a execução ou remodelação de redes de drenagem. A base de licitação é de 1,9 milhões de euros.

in Diário As Beiras – Paulo Marques

terça-feira, 15 de junho de 2010

sessão sobre IMIGRAÇÃO

SOS Racismo é uma associação criada, em 10 de Dezembro de 1990, para lutar contra o racismo e a xenofobia, em Portugal, e tem desenvolvido actividades diversificadas, que abrangem diversas áreas de intervenção, contribuindo para a formação de uma sociedade em que todos tenham os mesmos direitos.

O núcleo de Coimbra vai promover uma sessão sobre "IMIGRAÇÃO" com a estreia da curta-metragem "HEPICAT" de Nuno Portugal, seguida de debate com Mamadou Ba (SOS Racismo) e Pablo Almada (APEB) e música com "Filhos do Vento" e um grupo de Música Popular Brasileira. O evento será, dia 17 de Junho, às 21:30h, no café Santa Cruz.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Obras no Canil e Gatil Municipal

Ficou concluída a primeira fase das obras de ampliação do Centro de Recolha de Animais - Canil e Gatil Municipal de Coimbra - localizado no Campo do Bolão ao lado da ETAR.
Com um investimento de 130 mil euros foram criados 10 novos canis, que se juntam aos 29 canis e 6 celas já existentes. O espaço ficou com novas salas de cuidados médico-veterinários e lavagem de animais.
Desde Janeiro, o canil e o gatil municipal já receberam cerca de 550 animais (entregues ou capturados). Aproximadamente, 100 foram adoptados e 25 restituídos aos donos.

domingo, 6 de junho de 2010

Esta semana em Coimbra

Vera Mantero estará esta semana, em Coimbra, com o espectáculo intitulado “Vamos sentir falta de tudo aquilo de que não precisamos”. A reconhecida coreógrafa que assume a direcção artística desta produção, que estará em palco no Teatro da Cerca de São Bernardo, na quinta-feira, dia 16 de Junho, contando com as interpretações de Christophe Ives, Marcela Levi e Miguel Pereira.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Ainda TGV - por Francisco Louçã

Muitos comentários têm insistido no debate acerca da oportunidade ou não de investir no TGV. Volto agora ao tema, para sublinhar alguns tópicos e argumentos.

Primeiro argumento: O investimento público é decisivo para evitar nova recessão. Portugal viveu uma forte recessão em 2008 e 2009. Em 2010, a previsão do crescimento é abaixo de 1%: não cria emprego. Ao longo de toda a década desde 2000, a média anual é de 0,7% e é por isso que estamos nos 750 mil desempregados. Ora, segundo os números oficiais, o investimento total terá caído 11% em 2009 e poderá cair outros 6,5% este ano. Só o investimento público pode evitar uma nova recessão em Portugal, que desta vez não seria coincidente com uma recessão europeia e mundial (o que quer dizer que teríamos restrições orçamentais ao mesmo tempo que a recessão, um cenário de terror).

Segundo argumento: Para financiar o investimento, é preciso aproveitar os fundos europeus antes que acabem. É mesmo assim: o TGV receberá 600 milhões de fundos europeus, que serão perdidos se não forem utilizados. Não tem sentido perder esse dinheiro, que não pode ser utilizado noutros projectos.

Terceiro argumento: A ligação com a rede europeia de alta velocidade é mesmo necessária. É necessária, e não só para passageiros mas sobretudo para mercadorias (que não viajam em aviões low cost). Os custos do tempo são insuportáveis se a economia não exporta, porque fica dependente do exterior.

Quarto argumento: A rede ferroviária é prioritária em relação à rodovia. Melhorar a ferrovia, por via da alta velocidade mas também pela reabertura de linhas ou pela sua melhoria (Porto-Braga é prioritário), é uma estratégia ambiental segura.

Quinto argumento: Apoiar a direita contra o investimento público é favorecer a recessão. E a recessão é a política da direita. Se o Bloco e o PCP apoiassem o PSD e o CDS contra o TGV, estariam a apoiar a direita para acabar com o investimento público e favorecer a ideia sinistra de que a recessão é que cura a recessão. A ideia é esta: quanto mais desemprego, mais se reduzem os salários, e assim as empresas recuperam com a miséria dos trabalhadores.

Sexto argumento: a direita só quer investimento público se for para financiar os seus clientes. A direita é muito radical contra o investimento público, a não ser que haja uma empresa amiga que esteja interessada. Foi o que fez o CDS com o aeroporto: é contra, a não ser que a empresa dos aeroportos seja privatizada, e temos um aeroporto privado. Um monopólio para os amigos. Esta política só prejudica a economia nacional.

Sétimo argumento: O projecto TGV tem de ser bem gerido. Foi o que propôs o Bloco no parlamento: não deve ser construída a segunda linha, Évora-Caia, que custa 260 milhões e é encerrada dentro de alguns anos. É deitar dinheiro à rua. O Bloco propôs que fosse anulado. Adivinhem quem votou contra? O PS, PSD e CDS.

Oitavo argumento: A construção mais barata é com contrato público. E a mais cara é com parceria público-privado que têm que pagar a rentabilidade dos capitais privados. O Bloco propôs que se acabasse as parcerias público-privado para poupar dinheiro. Adivinham quem votou contra? O CDS, o PS e o PSD.

Nono argumento: O programa eleitoral do Bloco de Esquerda tinha o compromisso de apoiar a ligação à rede europeia. E cumprimos o compromisso, porque respeitamos os eleitores.

Décimo argumento: a direita não quer investimento público porque quer rendas para os privados e subsídios para as empresas. Mas isso não cria emprego, nem eficiência. Atrasa a economia. Cria um sistema de favores e não de produção. Não responde a necessidades e cria artifícios.