segunda-feira, 12 de julho de 2010

Metro Mondego no Diário de Coimbra

Editorial - 12/07/2010
Metro Mondego: Nem comboio, nem metro?
Uma petição contra a irresponsabilidade do Governo de Sócrates.

Após muitos milhões de euros investidos em obras, projectos, estudos, indemnizações e salários, o Governo prepara-se para adiar, ou mesmo cancelar, o projecto do Metro Mondego. Uma decisão tomada escassos meses depois de o mesmo Governo de José Sócrates ter promovido o desmantelamento da linha do comboio da Lousã, inutilizando-a. Agora nem comboio, nem metro. É inaceitável!
Trata-se de uma medida irresponsável, e, num país decente, alguém deveria ser acusado e responsabilizado por isso.
O Metro Mondego - eléctrico rápido, ou metropolitano ligeiro de superfície, conforme lhe queiramos chamar - é um sistema de transporte adequado a cidades de média dimensão como Coimbra, e que existe em muitas cidades europeias congéneres. É uma ambição antiga de Coimbra, pela qual o Diário de Coimbra tem pugnado desde há várias décadas, que terá um papel estruturante na coesão e desenvolvimento dos concelhos de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo.
Cancelar ou suspender o projecto em curso obrigará, ainda, ao pagamento de indemnizações e a mais gastos nos transportes alternativos criados desde que foram arrancados os carris. Além disso, dezenas de milhões de euros de Fundos Comunitários ficarão por receber.
Num tempo que exige muita contenção e muita responsabilidade na gestão dos recursos públicos, qualquer adiamento neste projecto, depois dos carris do comboio terem sido arrancados, não é apenas injusto mas, acima de tudo, um acto de péssima gestão.
No início deste ano, quando eram bem conhecidas as graves dificuldades económicas do País, o Governo decidiu levantar os carris do comboio. Tinha a obrigação de saber se havia, ou não, dinheiro para executar o projecto do Metro. Não pode, agora, dar o dito pelo não dito. Todos temos de ser responsáveis pelos actos assumidos.
É por isso que o Diário de Coimbra, em defesa de Coimbra e da Região das Beiras, quer ver este assunto debatido e votado na Assembleia da República de modo a que não se interrompa a execução do projecto do Metro.
Coimbra e a região não podem ficar de braços cruzados perante esta nova agressão por parte de José Sócrates. Os cidadãos de Coimbra e da região não podem ser, de novo, tratados com tamanha falta de respeito, como o foram quando Sócrates, então Ministro do Ambiente, decidiu proceder à co-incineração de resíduos perigosos em Souselas. Por isso, tal como então, apelamos aos nossos leitores para subscreverem a petição à Assembleia da República, que aqui transcrevemos, e que também encartamos com esta edição do jornal.
Esta petição, que foi iniciada por um cidadão de Coimbra – Bruno Ferreira - e que o Diário de Coimbra também promove e apoia, levará este importante assunto ao Parlamento de modo a que, de uma vez por todas, se coloque o Metro nos carris.
O que pensa o leitor?
Bem haja.
Adriano Lucas

Leia mais em: http://www.diariocoimbra.pt/



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